quarta-feira, 20 de julho de 2011

Como nunca ter férias

Fazer dois cursos ao mesmo tempo é um drama eterno, principalmente quando um deles é em universidade pública – simplesmente porque lá existe uma coisa chamada “greve”. E foi em um 2009 distante que um diabo de uma greve acabou com a minha vida, simplesmente porque de lá pra cá eu não tive mais uma coisa que eu prezava muito: minhas férias. Simples: quando a greve acabou, passei a ter aula quando normalmente todo mundo tá de folga.
Tive aulas em janeiro de 2009, julho de 2009, janeiro de 2010, julho de 2010, janeiro de 2011... Ou seja: quando tô de férias de um curso, tô em aulas do outro ou vice-versa ou os dois juntos. O resultado disso é um ataque de nervos diário que sempre acaba com um “eu não vou dá conta”.
A verdade é que sempre eu dou conta. E eu meio que acho que estou me tornando uma homicida de férias, porque nesse julho de 2011, quando as coisas na pública finalmente regularizaram e eu ia ter minhas sonhadas férias dos dois cursos ao mesmo tempo... Eu arrumo mil atividades extracurriculares pra fazer. É aprimoramento de projeto (ah, meus projetos...), produção de artigos, planejamento de semana do calouro... E o meu mês lindo de julho vai passando enquanto eu sou afoga por livros diversos e leituras sem fim.
E essa história toda era pra dizer que me dá um ódio tremendo quando vem alguém, senta do meu lado e desanda a falar como acha suas férias curtas e como gostaria que a Federal estendesse os três meses (TRÊS MESES) de folga no fim do ano que dá para os seus alunos queridos, por exemplo. Ou quando o estudante de ensino médio reclama em agosto que ainda está cheio de abuso pela escola. Não só por mim, que às vezes fico estressada por opção, mas porque chega uma fase na vida das pessoas em que a palavra “férias” simplesmente some do vocabulário e, veja bem, você tem que se acostumar a isso. Pior: você tem escolher ficar sentada numa cadeira dura, lendo um artigo chato, ao invés de passear por Ipanema e ainda fazer isso sem achar que é algo sacrifício; é obrigação.

Praia, rede e água de coco é mito, meu amigo;
a realidade é mais cheia responsabilidade do que a gente imagina (e gostaria).

3 comentários:

  1. Até que eu não peguei greve lá na UFMA, mas existe algo chamado disciplina de férias que sempre me abraça. Desde 2008 não tinha férias ao mesmo tempo nas duas faculdades. Só agora, julho de 2011 estou tendo porque a disciplina de férias que me inscrevi foi cancelada. =D
    O bom é que tu já vai formar em Letras antes da loucura do curso de Direito (mono, oab, estágio) chegar. Boa sorte nos teus projetos, pq talento não te falta. ;*

    ResponderExcluir
  2. Estamos quase no mesmo barco, amiga, só que com uma diferença: você estuda nas férias e eu trabalho, em todas elas. Não me lembro da última vez que fiquei mais de uma semana de bobeira, assim, sem nada pra fazer. Então, não se sinta tão assim, você vai sambar na cara da sociedade quando for uma advogada muito bem conceituada e uma professora (?) das boas. Você arrasa, Deyse, e se a gente não tem férias, pode ter certeza que é por um bom motivo. Lá na frente vamos ter nossas recompensas - eu espero. Senão vou fazer barraco. hahaaha

    Beijo! Já adorei e sigo seu novo blog no maior estilo diário! :*

    ResponderExcluir
  3. Oi Dê! Descobri o blog novo sozinha, e cheguei sem ser convidada, lalalala.
    E gente, essas foram as minhas primeiras férias-não-férias, porque eu comecei a estagiar, e daí só tive férias da facul e do teatro. Volta tudo segunda-feira e eu tive a sensação de que elas simplesmente não aconteceram, hahaha. Bem vinda ao mundo de gente grande, Ana Luísa.
    Agora, realmente, deve ser uma loucura fazer 2 faculdades! Te admiro!

    ResponderExcluir