domingo, 27 de fevereiro de 2011

Rosas e Caio

Antes de ontem, a saudade apertou. Voltaram a me doer tantas dores que nos dias comuns permanecem congeladas, guardadas no fundo de um coração que nada mais sabe sentir além de uma vontade enorme de ter de volta aquele que seria o único capaz de compreender todos os momentos de inexatidão. Antes de ontem fez 15 anos da morte de Caio Fernando Abreu. Nenhuma lágrima, lamentação ou homenagem será suficiente para exprimir a falta que o mundo sente da única pessoa que conseguiu (se) entender (com) a dor. Eu sinto saudades, profundas. Sinto as palavras nos livros que guardo comigo e sinto a fé que um dia eu entenda o porquê da partida prematura.
Você continua a brilhar, menino Caio. Continua absurdamente doce.

'' (...) já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloquentes como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicídio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituímos expressões fatais como 'não resistirei' por outras mais mansas, como 'sei que vai passar'''.